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Poesias

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Neymar, o dízimo e o mercantilismo divino!

Neymar, o dízimo e o mercantilismo divino!

Por Gutierres Fernandes Siqueira

O gafanhoto devorador?
Um determinado blog pertencente à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) divulga com entusiamo um trecho de uma entrevista dada pelo jogador Neymar à jornalista Marília Gabriela. Nessa conversa, Neymar diz que é dizimista desde criança e que, ainda hoje, contribui com a igreja. O blogueiro escreve sobre isso como “prova incontestável de que quem devolve o dízimo a Deus não perde e sim ganha (sic)!”

Bom, tal post seria somente mais uma peça ridícula da seita macediana se não fosse o sucesso desse “testemunho”. Eu vi, inclusive, vários assembleianos compartilhando o referido post

Vejamos:

1. Não aprendemos nada com Mateus 23.23? O dízimo passou a ser visto como uma contribuição supersticiosa. É uma oferenda dada em agradecimento a Deus e para garantir ainda mais prosperidade. Alguns usam o dízimo. Outros utilizam “pés de coelho”. Outros ainda usam um trevo de quatro folhas. Assim, você nem precisa ser um cristão praticante, pois o seu único compromisso é com o dízimo. 

2. O debate se o dízimo continua ou não na Nova Aliança é desnecessário. O importante é entender que o dízimo, mesmo se praticado, não pode ter na Antiga Aliança um modelo para a Igreja Cristã. A realidade é outra. O modelo é outro. Hoje não há o ministério levítico e a ordem sacerdotal. Não há uma cultura agrícola e pastoril. Não há a figura de autoridade humana na chancela divina. Há um princípio de descontinuidade e continuidade entre o Antigo e o Novo Testamento. Todo o nosso respeito à religião judaica, mas somos cristãos e não judeus. Portanto, todo mundo que fala em devorador como um "espírito demoníaco" deveria ficar internado em uma faculdade de hermenêutica por dois anos.

3. Deus não se apresenta- nem mesmo no Antigo Testamento- como um deus mercantilista (nunca leram o Livro de Jó?). A relação da Aliança como troca (cf. Deuteronômio 28) é algo exclusivo à nação de Israel, mas não ao indivíduo por si ou à Igreja Cristã neotestamentária. 

Portanto, fico muito triste quando vejo pentecostais históricos divulgando falácias do neopentecostalismo enriquecido do Edir Macedo. É necessário mais respeito à Bíblia e aos princípios de interpretação de um texto antigo, mas divino.

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